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Relação entre queda do bitcoin e dificuldades de Trump, diz Nobel

Paul Krugman, ganhador do Nobel de Economia em 2008, tem uma visão bem particular sobre o Bitcoin e sua recente desvalorização. Para ele, essa queda está intimamente relacionada a algumas reviravoltas políticas que cercam Donald Trump, ex-presidente dos EUA. Krugman, que nunca escondeu suas críticas às criptomoedas, expressou sua satisfação com a diminuição do valor do Bitcoin na última semana e voltou a tocar no assunto, argumentando que o ativo digital se tornou um reflexo do cenário político.

Ele acredita que, neste momento, o preço do Bitcoin está ligado diretamente à popularidade de Trump. Quando Trump ganhou as eleições, o valor da criptomoeda disparou, e agora, à medida que o ex-presidente enfrenta desafios políticos, o mesmo acontece com o Bitcoin. “Como é que a gente pode entender essa queda do Bitcoin? Veja como o desmantelamento do ‘trade pró-Trump'”, afirmou Krugman.

Além disso, ele mencionou possíveis interesses não muito claros da família Trump em relação aos negócios com criptomoedas. O economista levantou questões sobre como figuras influentes no setor, como Changpeng Zhao, da Binance, estão ligadas a projetos que podem ter gerado benefícios para a indústria, levantando suspeitas sobre a ética nesses relacionamentos.

Possíveis causas para a queda do Bitcoin

Krugman também apontou que as recentes derrotas eleitorais dos republicanos em locais como Virginia e Nova Jersey impactaram a disposição do partido em apoiar Trump. Para ele, isso se reflete no clima geral, que afeta o mercado e, consequentemente, o Bitcoin. “Esses revezes eleitorais mostraram que a lealdade dos republicanos a Trump está diminuindo”, analisou.

Ele notou que, ao longo do tempo, haja um clima de tensão em relação à confiança no ex-presidente, o que afeta não apenas a política, mas também a confiança em ativos financeiros como o Bitcoin. Assim, a instabilidade política pode levar a reações no mercado que muitos investidores, inclusive os mais experientes, não conseguiram antecipar.

Bitcoin: um ativo questionável

Krugman também se manifestou sobre a essência do Bitcoin, afirmando que, apesar de sua valorização exorbitante — cerca de 1.235.602% desde que ele surgiu em 2011 — o ativo não é a salvação que muitos acreditam. Para o Nobel, o Bitcoin “não é dinheiro” e muito menos uma proteção contra a inflação. Ele argumenta que ele serve mais como uma maneira de “encobrir rastros financeiros”, permitindo transações anônimas que podem ser problemáticas.

E mesmo com a recente queda de 25%, Krugman acredita que o Bitcoin pode se recuperar, mas não por razões financeiras. “Ele é mais que um ativo; é quase um culto”, comentou. Essa devoção de seus seguidores pode fazer com que, em tempos difíceis, eles decidam investir ainda mais, acreditando no potencial de recuperação da criptomoeda.

Krugman parece ter uma compreensão limitada do Bitcoin mesmo após tantos anos, destacando que a resistência do ativo a crises anteriores é uma prova da dedicação dos seus apoiadores.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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